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POLAND - 2021/09/23: In this photo illustration, a Xiaomi logo seen displayed on a smartphone. (Photo Illustration by Mateusz Slodkowski/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

Xiaomi: a marca chinesa que chegou ao Brasil com celulares bons e baratos

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Xiaomi, a terceira maior fabricante de celulares do mundo, se popularizou no Brasil.

Avaliada em US$ 56 bilhões na bolsa de Hong Kong, inaugurou sua primeira loja física no país.

A chinesa Xiaomi, que é uma forte concorrente da Samsung, Huawei e Apple, agora está no Shopping Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

E engana-se quem pensa que a loja vende apenas celulares. Além dos aparelhos, os clientes podem comprar mochilas, fones de ouvido, lâmpadas inteligentes, patinetes elétricos, óculos, relógios, e projetores. Inclusive, a loja conta com guarda-chuvas modernos – que abrem e fecham sozinhos, além de secarem mais rápido que os guarda-chuvas comuns.

Os produtos ficam todos expostos para quem quiser pegar e conhecer melhor – em um modelo estilo “degustação”, comum também nas lojas da Apple.

A inauguração da Xiaomi no Brasil aconteceu em 2019 e chamou a atenção de muita gente por aqui, especialmente por conta dos mega descontos oferecidos pela gigante chinesa.

Os celulares Redmi Note 7 (64GB + 4GB de RAM) e o Mi 9 (128GB + 6GB de RAM), por exemplo, já chegaram com valor 30% mais baixo: de R$ 1699 por R$ 1299 e R$ 3999 por R$ 2799 respectivamente. 

Para se ter uma ideia do sucesso, teve brasileiros acampado nas proximidades da loja por 45 horas. Tudo para não perder a chance de garantir seus produtos.

Mas não foram só os descontos que atraíram tantos consumidores, é claro. A Xiaomi tem fãs pelo mundo todo que acompanham as novidades da empresa ano após ano…

No Brasil, não seria diferente.

A história da Xiaomi

Xiaomi

 

Sem qualquer controle técnico, até os anos 2000, os celulares baratos fabricados na China eram conhecidos pela péssima qualidade. Diesel, Meizu e o famoso HiPhone tinham a fama de superaquecer, explodir ou quebrar com poucos dias de uso.

Quem mudou essa realidade foi o engenheiro chinês Lei Jun, que decidiu fazer smartphones de boa qualidade, mas não tão caros quanto modelos da Nokia ou da Apple.

Ele passou 3 anos captando investimentos e projetando modelos com a ajuda de engenheiros americanos, que adaptaram os tradicionais celulares da época ao gosto dos chineses – loucos por interfaces cheias de ícones e múltiplas funcionalidades.

Em 2010, Lei Jun lançou os aparelhos de alta tecnologia e baixo preço no mercado. Eles tinham tudo: câmera de alta qualidade, conexão 3G e até ferramentas acessórias como os filtros de embelezamento – vistos como essenciais pelos chineses.

Todo esse esforço para conquistar o mercado interno fez a Xiaomi se tornar uma empresa multibilionária em apenas 3 anos. Foi então que ela decidiu expandir os negócios para outros territórios, incluindo o Brasil.

Em 2013, a companhia contratou o brasileiro Hugo Barra, então vice-presidente mundial da Android, para trazer ao país uma operação de montagem dos aparelhos da Xiaomi. A ideia foi um fracasso, pois logo em seguida o Brasil mergulhou em recessão e suspendeu a Medida Provisória que dava incentivos fiscais à fábrica chinesa.

Na Europa, a gigante também não se deu bem, dessa vez por conta da falta de algumas patentes. Por outro lado, a Xiaomi já é um grande sucesso no promissor mercado indiano que, para especialistas, está próximo à China em termos de crescimento econômico e consumo.

Mas o preço baixo também custa caro 

Como diz o velho ditado popular, tudo na vida tem seu preço. No caso da Xiaomi, quem sofre com o baixo custo dos celulares é o lucro da empresa: com cada aparelho vendido, a companhia lucra em média 5 dólares.

Como estratégia, a companhia decidiu monetizar o negócio com a venda de serviços digitais, como assinaturas de streaming de vídeo, música, jogos online e venda de aplicativos por meio da loja MIStore. Além disso, a chinesa não trabalha com repasse de comissão de venda ou uma logística muito complexa: a maior parte dos aparelhos é vendido pelo próprio site, o que também reduz os custos.

Pela lógica, pouco importa se o consumidor da Xiaomi não troca de celular a cada ano, desde que ele continue assinando os serviços digitais oferecidos. Interessante, não acham?

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