Será a cidade sustentável um modelo a seguir no mundo todo?
Constantemente, ouvimos falar sobre sustentabilidade e, hoje em dia, sabemos bem o porquê. Para que os humanos possamos sobreviver no planeta terra a longo prazo, é preciso gerar menos lixo, poluição e estabelecer uma maior harmonia com a fauna e a flora.
Por isso, a China, sendo um dos países mais populosos do mundo, com cerca de 1,4 bilhão de pessoas, sentiu na pele os prejuízos deste desequilíbrio ambiental.
Segundo um ranking divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, os níveis mais altos de poluentes do mundo estavam na China.
Até esse momento, 1 milhão e 32 mil mortes já haviam sido associadas à problemas de saúde provocados pela poluição.
Com números tão preocupantes, o governo chinês começou a se movimentar para mudar essa realidade.
Dito isso, as prioridades passaram a ser a construção de cidades mais sustentáveis, onde as pessoas pudessem viver melhor.
China terá a primeira “cidade floresta” do mundo
O projeto piloto dessa nova era sustentável chinesa vai acomodar 30 mil pessoas em uma área de 175 hectares.
Estamos falando da Liuzhou Forest City, projetada pelo arquiteto italiano Stefano Boeri, mesmo idealizador da “floresta vertical” de Milão.
Como o nome sugere, a primeira cidade 100% verde do mundo está sendo construída em Liuzhou. A cidade fica no sul do país, mais precisamente na região montanhosa de Guangxi.
O projeto é financiado pelo setor de planejamento urbano de Liuzhou e estava pautado para ser concluído em 2020.
“Nós vimos o que está acontecendo (em termos de poluição) em Pequim e Xangai, mas, ao mesmo tempo, a China precisa de mais cidades para acomodar sua cada vez maior população”, disse Boeri em entrevista à CNN. “Acredito que trazer florestas para as cidades é uma maneira de combater as mudanças climáticas”.
O que vai ter na cidade sustentável da China?
A cidade sustentável vai ter hotéis, casas, escolas, hospitais, escritórios, restaurantes e todos o que uma cidade normal tem.
Contudo, a grande diferença é que, por se tratar de um projeto totalmente sustentável, as pessoas e construções vão dividir espaço com 40 mil árvores e quase um milhão de plantas de 100 espécies diferentes.
Por incrível que pareça, toda essa vegetação estará espalhada pelas ruas, calçadas e, curiosamente, também será vista nas fachadas dos prédios.
Com a vegetação nativa, também devem ser atraídas insetos, pequenos animais e aves de inúmeras espécies. Desta forma, haverá um aumento da biodiversidade da região. Consequentemente, estaremos reestabelecendo o equilíbrio natural do meio ambiente.
Para quem precisar se deslocar, a cidade ficará conectada ao centro de Liuzhou por uma linha de trem.
O que as árvores e plantas vão fazer pela cidade?
Principalmente, a ideia de todo esse verde é que a qualidade de vida na cidade seja invejável. O projeto deve ajudar na despoluição do ar, redução da temperatura média, combatendo o superaquecimento do planeta. Além disso, pretende proporcionar uma isolação acústica natural – para que haja menos ruídos e mais tranquilidade para os moradores.
Atualmente, a expectativa do idealizador do projeto é que a “cidade verde” produza aproximadamente 900 toneladas de oxigênio em apenas 1 ano. Ao mesmo tempo, deverá absorver 10 mil toneladas de dióxido de carbono e 57 toneladas de poluentes.
Quais serão as fontes de energia na cidade sustentável?
A “cidade floresta” chinesa será autossuficiente em energia, ou seja, não precisará receber energia de outras regiões do país.
O processo geotérmico, que retira o calor das camadas mais profundas da Terra, vai abastecer os sistemas de refrigeração internos das casas e outras edificações.
Já os painéis solares instalados sobre os telhados serão uma forma de captar energia renovável para iluminação.
Os projetos do arquiteto idealizados da cidade sustentável
O arquiteto Stefano Boeri, idealizador da cidade verde chinesa é conhecido por projetos chamados “green building”, focados em sustentabilidade. A obra mais famosa de Boeri é a Floresta Vertical de Milão, inaugurada em 2014.
O prédio residencial italiano tem duas torres, cerca de 800 árvores, 4.500 arbustos e 15 mil plantas no entorno da fachada.
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