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7 medidas curiosas que a China adotou em 2020 para conter a pandemia do novo coronavírus

  • Post published:05/05/2023

Desde dezembro de 2019, quando surgiu o coronavírus na China, muitas coisas aconteceram. Posteriormente, o vírus se espalhou para muitos outros países, infectando cerca de um milhão de pessoas. Ao mesmo tempo,  colocou em risco os sistemas de saúde de todo o mundo, bem como a economia global. 

Neste ponto, todos os governos se esforçaram para conter a disseminação da doença, mas encontram uma grande barreira em seu caminho: a inexperiência. Com a pandemia em curso, foi muito difícil tirar conclusões e ter certeza sobre as melhores decisões a serem tomadas. De maneira idêntica na saúde e na economia. 

Foi pensando nisso que cientistas, médicos e líderes governamentais de todo o mundo voltaram suas atenções para a China, o país onde a epidemia começou, atingiu o pico e desacelerou.

Cerca de três meses se passaram entre os primeiros registros da coronavírus e o primeiro dia sem registros de contágio comunitário – em 19 de março de 2020. 

Quais foram as principais medidas contra o coronavírus? 

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Por se tratar de um país com 1,5 bilhão de pessoas e mais de 9,5 milhões de km², o período de contenção do surto foi curto.

Por isso, afirmamos que as medidas adotadas foram eficientes.

 A revista Science publicou um estudo no final de março de 2020 concordando com estas afirmações. A pesquisa afirma que “As autoridades chinesas reduziram substancialmente a disseminação da COVID-19 com as drásticas medidas de controle implementadas.”. Assim, o relatório foi assinado por cientistas de grandes polos de pesquisa, como a Universidade de Oxford, no Reino Unido, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e o Instituto Pasteur, na França.

Com a epidemia controlada, a China se esforçou para ajudar outros países a lidarem com a doença. Para isso, forneceu informações, especialistas e também materiais essenciais no momento. Por exemplo, materiais hospitalares e mantimentos. Abaixo, listamos sete medidas dos chineses que ganharam equivalência no mundo todo. 

Quarentena estrita

As primeiras restrições de mobilidade ocorreram em 23 de janeiro na cidade de Wuhan, província de Hubei, onde os primeiros casos foram registrados. Rapidamente, o país replicou as medidas para outras 14 cidades próximas como forma de conter a doença. Com a decisão, proibiram que mais de 60 milhões de pessoas circulassem livremente nessas regiões.

Shoppings, escolas, universidades, restaurantes, bares, cinemas, museus, hotéis e outros locais que reuniam grandes aglomerações foram fechados. Além disso, boa parte da produção industrial teve que parar durante os esforços para conter a epidemia. Apenas serviços essenciais foram mantidos, como supermercados e farmácias.

As autoridades de outras províncias do país também adotaram medidas para restringir a circulação de pessoas. Acredita-se que no pior momento da crise do coronavírus, cerca de 780 milhões de chineses (metade da população) estavam com restrições de circulação por determinação do Estado ou por decisão própria.

Acima de tudo, essa foi a primeira vez na história da humanidade que um governo proíbe as pessoas de saírem de casa. A medida, apesar de polêmica, funcionou. Antes, cada chinês acabava contaminando de 2 a 4 outros chineses. Após a quarentena, esse número caiu para 1,05.

Bloqueio de estradas

Além de restringir a circulação de pessoas dentro das cidades, a China também bloqueou a entrada e saída de viajantes para evitar que o vírus fosse transportado de uma região à outra do país. 

A China bloqueou a primeira cidade, Wuhan. O governo chinês fechou estações de trem, rodoviárias e o aeroporto local e passou a organizar bloqueios nas estradas para evitar a circulação de veículos privados em meados de janeiro.

Da mesma forma, aplicaram medidas restritivas aos viajantes por outras 48 cidades do entorno. Algumas cidades determinaram que as pessoas que queriam se deslocar deveriam fazer uma espécie de registro para controle da doença. Ao passo que outras cidades fecharam estações, rodoviárias e aeroportos seguindo o modelo de Wuhan.

Máscaras obrigatórias e fiscalização com drones

Outra medida adotada pela cidade de Wuhan foi o uso obrigatório de máscaras pelos chineses. Quem precisasse sair de casa por algum motivo, só poderia circular pela cidade se estivesse protegendo a boca e o nariz.

A medida foi eficiente especialmente para conter a disseminação do coronavírus através de pessoas contaminadas, pois a máscara bloqueia as gotículas de saliva que saem pela fala ou tosse.

Para garantir que os chineses seguiriam a recomendação, o governo recorreu à tecnologia. Drones com alto-falantes sobrevoavam a cidade informando aos moradores que era preciso continuar usando máscaras e alertando os que estavam sem para que fossem imediatamente para suas casas.

Construção de hospitais temporários

Logo no começo do surto de coronavírus, o governo chinês começou a construir dois hospitais temporários em Wuhan para atender cerca de 2,6 mil pacientes. Os dois hospitais, acreditem, foram levantados em apenas 12 dias e logo receberam centenas de médicos enviados de diversas regiões do país.

Por trás de tanta agilidade, existe uma explicação. O governo chinês usa construções pré-fabricadas nesses casos de emergência. Em outras palavras, para abrigar os blocos prontos, é preciso apenas nivelar o solo, sem necessidade de uma fundação. No total, cerca de 100 tratores e 4 mil trabalhadores se revezaram em 3 turnos para que o hospital ficasse pronto no menor prazo possível.

Lavagem de dinheiro

Os chineses passaram a literalmente lavar o dinheiro em circulação para evitar a contaminação do vírus por meio do papel moeda.

Por determinação do Banco Central, os bancos chineses passaram a desinfetar as notas de yuan com luz ultravioleta e altas temperaturas. As notas também foram armazenadas de 7 a 14 dias antes de serem colocadas de volta em circulação. 

O dinheiro oriundo de áreas de alto risco de contaminação, como hospitais, passou a ser enviado ao Banco Central e destruído, ao passo que novas notas surgiram para tomar o lugar das extintas. 

Medição de temperatura

Comércios e outros estabelecimentos deixaram termômetros na entrada para que os funcionários verificassem se estão ou não com febre. Em alguns estabelecimentos, a medição é obrigatória. Em outros, é opcional. 

Além disso, o governo instalou detectores de temperatura corporal em locais públicos, como praças e estações de metrô, para identificar pessoas com febre. A medida foi possível graças à ampla rede de câmeras de monitoramento, com reconhecimento facial, espalhadas ao redor do país como forma de conter a criminalidade.

O poder dos aplicativos

Por fim, vale lembrar que os aplicativos das famosas empresas de tecnologia chinesas têm feito toda a diferença por lá. Um deles é Close Contact Detector (Detector de Contato Próximo), criado por uma estatal chinesa e disponível gratuitamente para a população. 

Basicamente, o usuário fornece alguns dados pessoais e o aplicativo verifica todas as suas viagens recentes a procura de contatos próximos com pessoas diagnosticadas com covid-19. 

A busca só é possível porque o governo tem armazenados dados de deslocamento de todos os cidadãos chineses. O aplicativo já foi utilizado mais de 100 milhões de vezes apenas nos dois primeiros dias de funcionamento e detectou mais de 70 mil possíveis casos de exposição ao vírus. 

O Wechat, aplicativo de mensagens mais popular do país, também disponibilizou um recurso que permite aos usuários saber a que distância estão do caso mais próximo de covid-19.

Todas essas medidas contaram com grande colaboração da população do país, que está acostumada a deixar de lado algumas liberdades individuais em prol de um bem coletivo.

Cerca de 2 meses após início das medidas mais restritivas, a China anunciou que a epidemia estava controlada e que poderia se dedicar mais aos esforços globais para contenção do coronavirus. 

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